O DOENTE PODER LEGISLATIVO


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São 06:10 horas. Estou à meio caminho entre a Chácara e o Colégio Estadual de Campo Magro, onde será inaugurada daqui a pouco a primeira Rádio Escola da cidade. Meus dedos compulsivamente insistem em largar a direção do carro e teclar. Eles são aliados dos meus pensamentos, e adiantado que estou em meu horário, resolvi estacionar e dar-lhes asas. Não sei bem o que eles querem escrever, mas os deixarei livres e sem censura para usarem e abusarem deste teclado.


Em uma cidade próxima a Curitiba, tudo era festa há dois anos e pouco atrás. Nove vereadores e um novo prefeito. Pensamentos voltados à realização de promessas de campanha pareciam ser o pensamento coletivo da nova equipe. O traumatizante período de transição se iniciava, e o antigo pessoal comissionado cedia lugar aos novos integrantes do grupo. Entretanto os munícipes politicamente mais experientes começavam a perceber que o esboço de uma péssima administração se iniciava. Contratações de parentes e organização tendenciosa das secretarias davam os primeiros sinais de que o caos se instalaria. O prefeito dessa cidade, agindo de má fé e  aproveitando o momento inicial de euforia dos  vereadores, desde o início manipulava situações, fazendo com que se aprovassem sutilmente projetos de lei, articulosamente construídos com intenções malévolas. Uns aprovavam por inocência, outros por incapacidade e outros ainda por ardiloso e já experiente comprometimento com o executivo. Alguns até hoje não sabem o que lá fazem, ou o que deveriam fazer. Desculpas culpando a antiga administração eram frequentemente o álibi ideal para se iludir o povo. O tempo passava. O executivo se fortalecia sob às vestes de cordeiro e o acomodado legislativo seguia o ritmo que lhe impunham. Leis, projetos ? O que era isso ? 

Fiscalizar o executivo, também era uma ação que julgavam não ser necessária.
Quando o acumulo de irregularidades tomou conta da situação e uma insustentável reação teve que ser adotada, uniram-se alguns em prol de mudanças e outros em defesa da situação. 
Ambas as atitudes estavam longe de beneficiar a comunidade, mas sim com a intenção de lhes  assegurar o melhor posicionamento que os levaria à reeleição. Seis contra três era o placar !
A meia duzia de supostos defensores da população, colocaram as suas caras a tapa e em alto e bom tom clamaram por justiça. 
E a minoria ? Em uma primeira analise ela teve igual ou maior coragem que os pseudos defensores da moralização. Também corajosamente colocaram as suas caras a tapa e se posicionaram em seus ideais e convicções.
O tempo implacavelmente não parou e novos rumos foram tomados. 
O medíocre caráter de alguns começou a se abalar diante de tentadoras propostas e promessas, fazendo com que uma vergonhosa reestruturação do placar acontecesse. E assim foi !
Uns venderam a sua moral, outros nunca a tiveram.
Projetos milionários e descabidos foram aprovados, e muitas reuniões foram feitas quase a luz de velas.
Para alguns tantos, a melhor opção à reeleição, mesmo que desonesta, teria que ser o leme que disfarçaria a sua incapacidade produtiva, a rejeição do eleitorado e a falta de consciência pública em seus miúdos pensamentos.
O novo placar que se configurou contou com um dueto de oposição, e o trio da situação, todos com personalidade própria. A vergonha ficou por conta do quarteto dos vendidos.
Alguns se posicionaram e mantiveram até hoje a decência de lutar por suas convicções, pouco importando se fossem situação ou oposição, maioria ou minoria. Presença de consciência política e de personalidade definida !
E o resto deles ? Os que mudaram de lado. 
Esse resto, atualmente desprovidos de moral, se venderam ao menor sinal de enfraquecimento do lado que os defendia. Suas bipolares e insanas atitudes  só conseguiram agir dentro do egoísmo e da incapacidade de se assumirem como decentes homens públicos. 
E isso acabaram de provar que jamais o foram !”

Texto By Mozzilli

Reveja seu 2012 ! 


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