Campo Magro esteve na mídia esta semana. Carros roubados fazem parte atualmente do mais novo cartão postal da cidade. Basta andar pelas estradas rurais e nota-se uma quantidade exagerada de carcaças abandonadas, queimadas , semi desmontadas e irreconhecíveis. Esta semana em um levantamento feito por um jornal de Curitiba, as carcaças foram identificadas em 16 locais de alta incidência – veja foto abaixo -, espalhados no município de 400 quilômetros quadrados. A polícia suspeita que as peças são comercializadas em lojas de Santa Felicidade e Araucária. A população comunica semanalmente novos locais onde os carros são encontrados, e pouco se faz além disso.
Do início de junho até agora, mais de 20 veículos foram encontrados na região. Nas estradas que se direcionam à localidade do bairro do Tigre, os rastros mostram nitidamente que as quadrilhas estão por lá, pois existem peças abandonadas entre os cascalhos de saibro da estrada. Na parte de cima da Estrada do Cerne, Bairro Samambaia, Colônia Rodrigues e Passaúna, varias carcaças se distanciam em poucos metros umas das outras.
Turistas e visitantes fazem a mesma pergunta : Como os quadrilheiros conseguem colocar os carros em barrancos altos e corta-los ? Segundo a polícia, os carros são cortados na própria estrada e ficam impedindo o trânsito local, desta maneira os próprios agricultores pegam seus tratores menores e desobstruem o local para que possam passar com suas máquinas maiores de agricultura colheita. Os veículos abandonados continuam enferrujando sem serem identificados ou procurados, devido ao desinteresse das seguradoras e desconhecimento do local pelos proprietários.
Essa situação é reflexo da delegacia sucateada de Campo Magro, que trabalha em precárias condições e acumula mais de 400 inquéritos, muitos deles ainda sem registro no sistema da polícia civil. Campo Magro possui um módulo de polícia com quatro policiais. Essa falta de efetivo, somado às inúmeras estradas vicinais, riachos, e campos com mata fechada propiciam a situação ideal para a ação das quadrilhas. A escuridão serve como disfarce e o resultado de todos esses fatores aparece à luz do dia em muitas lojas que comercializam esse material de origem ilícita.
